segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tráfico de pessoas: números no Brasil


Em todo o mundo, estima-se que, por ano, 2,5 milhões de pessoas sejam vítimas de tráfico de seres humanos. Um crime que afeta principalmente mulheres e meninas, subjugadas e submetidas à exploração sexual, que representa 79% dos casos. As mulheres são 66% do universo de vítimas; entre elas 13% têm menos de 18 anos. As informações são do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Mais frequente em países em desenvolvimento, onde há pessoas vivendo em extrema pobreza e com baixa escolaridade, o crime também se relaciona a questões de gênero e raça. No Brasil, segundo o Ministério da Justiça, todos os anos, aproximadamente 60 mil brasileiros são levados do país à força, sob ameaça ou enganados quanto à verdadeira razão do deslocamento. Jovens entre 15 e 25 anos são o principal alvo de aliciadores, seja para o tráfico transnacional ou interno. A UNODC, no entanto, estima que sejam 100 mil pessoas.

A dificuldade de obter dados precisos e atualizados deve-se à atuação internacional das quadrilhas de aliciamento, à falta de uma legislação delimitadora do crime e ao tratamento preconceituoso dado pela sociedade ao assunto.

A Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual Comercial no Brasil (Pestraf), de 2002, é marco nos estudos sobre o tema. Trata-se do primeiro levantamento que reuniu dados nacionais sobre essa violação aos direitos humanos. O estudo aponta 241 rotas para o tráfico transnacional e interestadual, perfil de vítimas, de aliciadores e sugere políticas públicas para enfrentamento do drama.

Após a pesquisa nacional, os investimentos se concentraram em dimensionar regionalmente as ocorrências. Exemplo desse esforço é a pesquisa Mulheres Brasileiras na Conexão Ibérica: Estudo Comparado entre Tráfico e Migração Irregular. O projeto foi desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa sobre Tráfico de pessoas, Violência e Exploração Sexual de Mulheres, Crianças e Adolescentes (Violes), da Universidade de Brasília (UnB) em parceria com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal) e a Universidad Complutense de Madrid, na Espanha.

Foram entrevistadas vítimas de tráfico para exploração sexual, a maioria de Goiás, enviadas a Portugal e Espanha. Conexão Ibérica também denomina uma rede de organizações criminosas com participação da máfia russa que, à época da Pestraf, movimentava oito bilhões de dólares por ano.

 A escolha do estado se deve ao fato de Goiás ocupar a primeira posição no ranking de tráfico de seres humanos. Dos 867 inquéritos policiais abertos pela Polícia Federal desde 1990, 158 deles (18%) são da unidade federativa.
Fonte: Portal Andi de Comunicação - 

Nenhum comentário:

Postar um comentário