A estratégia de preservar florestas e evitar desmatamentos para reduzir a emissão de gases de efeito estufa se tornou uma política pública no Estado do Acre, que instituiu, com sucesso, o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+). Apontado como o Estado que está mais à frente em estudos e práticas sustentáveis, agora o Acre está prestes a receber, de forma inédita no mundo, recursos do programa do governo da Alemanha que incentiva iniciativas pioneiras para a conservação de florestas, o REDD Early Movers (REM).
A boa notícia foi divulgada durante o painel “Programa Global REDD para Early Movers (REM)”, relizado nesta terça-feira, 19, no Pavilhão Alemanha, situado dentro do Parque dos Atletas, na Conferência Das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20. Na ocasião, foi exposta a experiência cotidiana do programa desenvolvido pelo Estado do Acre que viabiliza a remuneração daqueles que mantém suas florestas em pé, sem desmatar, e com isso evitam a emissão de gases de efeito estufa, atenuando os impactos das mudanças climáticas.
O representante do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), acompanhado de Eufran Ferreira do Amaral, Diretor Presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC) do estado do Acre e de Moutinho, Diretor Executivo do IPAM debateram, ainda, as expectativas políticas e metodológicas de um financiamento-ponte de REDD.
“O Acre foi um dos estados pioneiros no Brasil a adotar o Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais [Sisa]. Esse sistema criou, de fato, políticas públicas de Estado, que preveem um planejamento a longo prazo, desassociando os projetos e programas dos governantes, garantindo preservação ambiental com qualidade de vida para a população. Os resultados conquistados são bem-sucedidos, prova disso é que nos últimos cinco anos o Acre registrou a menor taxa de desmatamento em 23 anos de monitoramento”, destacou Eufran Ferreira do Amaral.
Amaral afirma, também, que o reconhecimento do governo alemão chancela a iniciativa do Governo do Acre e fortalece as políticas públicas de Estado.
“A experiência acreana na redução de emissões por desmatamento tem uma série de elementos que asseguram a viabilidade da iniciativa com transparência na gestão e distribuição dos recursos e mecanismos de controle social. O programa beneficia quem preserva e também quem reduz o desmatamento”, finaliza Eufran.
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