Depois de dez rodadas - não ganhava desde o dia 6 de agosto -, o Flamengo voltou a vencer no Campeonato Brasileiro. Mas foi uma virada sofrida. Os poucos rubro-negros que se aventuraram a ir ao Engenhão debaixo de chuva e frio - a maioria dos 6.886 pagantes - ainda alimentavam a esperança de ver a equipe mais agressiva, com vontade de pôr fim ao longo jejum. Foi só a bola rolar para perceberem que o duelo no Engenhão com o lanterna América-MG seria complicado. Muito em parte por causa do técnico Vanderlei Luxemburgo, que escolheu uma formação confusa para o time. Após a apatia no primeiro tempo, o treinador promoveu três alterações no segundo. Ofensivo e pelo menos com mais disposição, conseguiu virar a partida e sair de campo com vitória por 2 a 1.
Mal na partida, Thiago Neves ao menos marcou o gol da vitória, de cabeça, aos 43 minutos. Só que de forma irregular. Na jogada, Deivid estava impedido. O América abrira o placar no primeiro tempo, com gol de pênalti de Kemps. Na segunda etapa, após as alterações de Vanderlei, Deivid empatou aos 16, para depois o camisa 7 rubro-negro marcar o gol salvador..
Apesar do resultado, o time não conseguiu voltar ao G-5, pois o Fluminense conseguiu empatar com o Atlético-PR por 1 a 1, soma também 41 pontos e ganha dos rubro-negros no critério de desempate por vitórias - 13 contra 10. Na próxima rodada, o Flamengo terá um jogo importante e bem difícil: vai encarar o São Paulo, domingo, no Morumbi. O América-MG, que permanece na lanterna, com 19 pontos, vai encarar no sábado, no Pacaembu, o Palmeiras.
Sem o zagueiro Alex Silva e Ronaldinho, suspensos pelo terceiro cartão amarelo, e o volante Willians, com problemas musculares, Vanderlei optou por um esquema com dois volantes - Maldonado e Aírton -, dois meias - Renato Abreu e Bottinelli - e apenas um atacante - Jael.
O time parecia um bando. Com lentidão na saída de bola - os laterais pouco apareciam para o jogo e os meias abusavam no erro de passes, principalmente Thiago Neves e Bottinelli -, o Flamengo só conseguiu levar perigo numa cobrança de falta de Renato Abreu, por cima do gol. E só. Thiago Neves parecia um outro jogador, com dificuldades de progredir as jogadas. Bottinelli não parava de irritar a torcida. Jael mal conseguia matar a bola... Com 20 minutos de jogo, a equipe já estava sob vaias.
Gol do América
Com tantos erros e sem o menor interesse de jogar futebol, a equipe rubro-negra deu asas ao América-MG, cujo objetivo inicial era explorar os contra-ataques. Aos poucos, o time de Givanildo percebeu que a vitória era possível. E só não saiu do primeiro tempo com uma goleada porque o goleiro Felipe não deixou. Fez duas defesas sensacionais - um chute da meia direita de Kemps, aos 16, e uma falta cobrada por Amaral com perigo, aos 44.
Em outro lance, aos 20, lançado por Luciano, outro destaque do Coelho, Kemps levou vantagem sobre Maldonado e David Braz, de volta ao time completamente sem ritmo após ter contraído amidalite e infecção pulmonar - não jogava desde 10 de agosto, quando o time bateu o Atlético-PR por 1 a 0 pela Copa Sul-Americana. O camisa 11 do Coelho também tirou Felipe da jogada, mas bateu para fora, inscrevendo-se no Inacreditável Futebol Clube.
Sorte do atacante é que, aos 28, Bottinelli facilitou as coisas ao cometer pênalti numa entrada ridícula em Luciano. Dessa vez, Kemps não perdoou. Felipe até foi no canto direito, mas a bola morreu no fundo das redes, aos 29.
Foi o suficiente para o Flamengo ficar mais tenso na partida. Até Felipe, destaque do time, quase entregou o ouro, ao sair mal numa jogada. Nada foi pior, no entanto, do que a chance perdida por Bottinelli. O passe de Jael - incrível, mas é verdade - foi na medida para o meia bater fraco e sentenciar sua saída para a segunda etapa. Àquela altura, tanto ele como Thiago Neves eram os alvos preferidos da torcida, que passou a perseguir também Léo Moura, em péssima fase, e Vanderlei Luxemburgo.
Reação do Fla
O treinador rubro-negro arriscou todas as fichas ao fazer três mexidas de uma vez só no intervalo. Trocou Maldonado por Diego Maurício, Bottinelli pelo garoto Thomás e Jael por Deivid. O time ficou num 4-3-3. Com Diego Maurício pela direita, Léo Moura, finalmente, fez uma jogada certa ao ir à linha de fundo e centrar na medida para Thiago Neves não alcançar a bola e perder um gol feito na pequena área.
Logo depois, Júnior César, na altura da meia-lua, bateu de fora da área, obrigando Neneca a trabalhar pela primeira vez na partida, espalmando para escanteio. O pequeno domínio do Flamengo no começo da segunda etapa não o livrava de sustos. O América esperava o momento certo de dar o bote, e Luciano só não ampliou o placar porque Felipe fez a terceira grande defesa na partida. Thiago Neves continuava mal. Chegou a esbarrar em
Mas Léo Moura acordou por cinco minutos. O suficiente para fazer outra boa jogada de linha de fundo e centrar na medida para Deivid, que, mesmo cabeceando no meio do gol, escorou para as redes, marcando seu 10º gol na competição e empatando a partida aos 16 minutos.
Dominado pela primeira vez na partida, Givanildo mexeu no América. Tirou Luciano e Sheslon para pôr Rodriguinho e Gláuber. Depois, trocou Kemps por Irênio. Já queria segurar o empate.
O Fla continuou na pressão, e, aos 43, após rebatida de bola em lance de Deivid, impedido, Thiago Neves escorou de cabeça e deu a vitória tão esperada. Pelo menos, o time saiu do sufoco.
Fonte: Globoesport.com
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